Um Seixal junto ao Douro

Na formação e no scouting, nunca podemos estar satisfeitos. Se queremos um Benfica dominador, nestas áreas, temos de ser sempre o mais agressivos possível. É por isso que julgo que é altura de abrandar o investimento no Seixal e de criar um CFC no norte do país.

O talento não é restrito a uma zona do país. Há talento em Lisboa, há talento no Porto, há talento no interior, há talento nas ilhas, enfim, há talento em todo o lado. Só que, para fixar talento, por vezes, é preciso pescá-lo cedo e, mais importante que isso, é preciso tomar as rédeas do desenvolvimento desse talento o mais precocemente possível. Só para dar alguns exemplos, Florentino chegou ao Benfica com 11 anos, Gonçalo Guedes chegou com 10, Bernardo chegou com 8. O que têm em comum estes 3 craques? São todos da zona de Lisboa ou arredores (Guedes é de Benavente, diz o zerozero). Imagine-se agora que algum destes três era natural de Fafe, de Bragança ou Gondomar. Viriam viver para Lisboa, sozinhos, com tão tenra idade? Muito provavelmente não.

É então por isso que faz sentido expandir o Seixal para o norte do país. Bem sei que o Benfica tem protocolos com escolas de futebol no norte e noutras zonas do país, mas estar num escola não é o mesmo que estar num centro de estágios do Benfica. Há imensos casos de craques que hoje vão parar à formação de outros clubes mas que, ou por ligação afetiva própria, ou por ligação afetiva dos pais, ou simplesmente por causa da fama que o CFC tem, se tivessem tido opção de escolha, teriam escolhido o Sport Lisboa e Benfica. Hoje temos um excelente exemplo nos nossos quadros: João Félix. Tivemos a sorte dos responsáveis da formação do FC Porto não se terem apercebido do talento que este viseense tinha. Caso se tivessem apercebido, aquela que é hoje a nossa grande coqueluche… seria a coqueluche de um dos nossos grandes rivais.

O Benfica é um clube nacional. Não quero estar aqui a fazer aquilo a que o povo chama de “medir pilinhas”, mas, por muito que os nossos principais rivais tenham também uma franja significativa de adeptos de norte a sul do país, é inegável que não conseguem a transversalidade que o nosso clube tem. Por isso, alargar a influência da marca Benfica no norte é sempre algo relevante, e não basta fazê-lo ao nível do marketing (já aqui elogiei na página a criação de uma loja no Mar Shopping). É preciso ser agressivo também nas questões desportivas. Não faltam locais no norte repletos de Benfiquistas, como Famalicão, por exemplo. Por isso, criar um Seixal junto ao Douro era um dos melhores atos de gestão que poderíamos fazer neste momento.

4 thoughts on “Um Seixal junto ao Douro

  1. Um ignorante muito exigente que nunca ouviu falar nas escolas do Benfica Geração Benfica espalhadas pelo país. Já há escolas do Benfica no Porto e em Gaia. Nunca ouviste falar nos SD a ameaçarem os miúdos que jogam no Benfica?

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